O DJ era Avicii. A canção chamava-se Wake Me Up. Seis meses depois, a arriscada aposta transformou-se no sucesso que define a música de dança à volta do mundo, número um em 70 países, porta de entrada para o novo álbum, #TRUE.
Aos 23 anos, o produtor é hoje uma das maiores estrelas da EDM, ou electronic dance music, o abrangente género que nos últimos anos tem marcado as pistas de dança, e que se tem cruzado com todos os outros. Voltamos a 2010: um sample da voz de Etta James soa em Levels, o seu primeiro cartão de visita, que levou o New York Times a perceber que os Estados Unidos já não são na verdade o centro da pop. Dezenas de remisturas depois (de nomes como Bob Sinclar, Tiesto, Robyn ou David Guetta), o rapper Flo-Rida re-interpretou a canção e deu-lhe uma vida própria: era o exemplo perfeito desse cruzamento sonoro.
Inspirado por nomes como Daft Punk ou os compatriotas Steve Angello, Eric Prydz e Axwell, a ascenção de Avicii é feita de momentos: em 2008 conheceu Ash Pournouri, que o convidou para a sua nova agência At Night. Com todas as mãos na mesa, o produtor ganhou uma competição promovida por Pete Tong, a referência da rádio britânica que ainda hoje o acompanha. No Verão de 2010, antes de Levels, já o single Seek Bromance tinha começado a chamar a atenção e subir nas tabelas.
Avicii explicou à Rolling Stone que muita da música actual está a tornar-se cada vez mais repetitiva, e a mim o que me interessava não era propriamente a batida, era a parte melódica. De certa forma eu queria criar música real, colaborar com artistas que não estivessem habituados à música electrónica. E que cada canção existisse por direito próprio.